12 fevereiro, 2008

Apesar da proibição, participantes jogam Counter Strike livremente em evento de SP


Apesar de a venda do Counter Strike ter sido proibida no Brasil, os participantes da Campus Party podem usar o jogo sem restrições no evento. Com outros games de combate como Call of Duty e Quake, o Counter Stike é um dos preferidos na área da arena dedicada aos games.

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Os torneiros de CS estavam entre os mais esperados da Campus Party, evento de tecnologia que começou nesta segunda-feira (11) e vai até domingo (17), no prédio da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. Entretanto os campeonatos foram suspensos em razão de o jogo ter sido proibido no Brasil.
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Mesmo sem os torneiros, os participantes utilizam os jogos e dizem não estar sendo incomodados pela organização --que já havia prometido não coibir o game durante a Campus Party.
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É o caso do técnico de informática Luiz Eduardo Mello, 28, que veio para o evento especialmente para jogar. Apesar de poder jogar o Counter Strike, ele diz ter ficado "decepcionado" com a suspensão dos torneios. "No Brasil tem muitos clans [comunidades de jogadores], o pessoal não gostou. Pagar [a entrada, a um custo de R$ 100] e dias antes do evento o torneio ser cancelado", afirma.
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Mello afirma que vai ficar os sete dias no evento, acampado nas barracas oferecidas pela organização. Ele, que trabalha com manutenção de computadores, vai ficar sem trabalhar durante o período. "É melhor porque você aproveita tudo. À noite vai ter show com DJ, a gente fica para se divertir", diz.
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O também técnico de informática Patrick Fabiano, 19, é outro participante que ignora a proibição do jogo. Ele trouxe o Counter Strike instalado em seu computador e está usando o game livremente. "Nunca ouvi casos de pessoas terem jogado Counter e saído atirando por aí. É uma guerra dentro do jogo, só dentro do jogo. Sempre joguei, nornal, e nunca tive essas idéias", diz ele.
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Fabiano afirma que a diferença de jogar durante a Campus Party é a possibilidade de compartilhar arquivos e novos games. "Na lan house, você joga só o que eles têm lá. Aqui dá para pegar jogos novos. Acabei de pegar um jogo novo de F-1", diz. Por isso ele, que mora no Jaçanã, em São Paulo, pediu folga na loja de informática em que trabalha e também vai ficar acampado na Bienal.
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Segundo a organização da Campus Party, essa será a tônica em relação ao Counter Strike durante o evento. Não haverá promoção do jogo, nem proibição. "Os jogadores estão jogando em suas próprias máquinas. Não podemos fazer nada", afirma Marco Quesada, organizador da parte de games do evento.
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Durante a Campus Party deveria ocorrer a final de uma espécie de Campeonato Brasileiro de Counter Strike, envolvendo 72 jogadores de todo o país, que acabou sendo cancelado. Por isso, deve haver uma manifestação contra a decisão judicial que proibiu a venda e comercialização do game no país. A data ainda não foi definida.
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Mas há quem concorde com o embargo do jogo, mesmo entre os "gamers". "Para falar a verdade, eu concordo. Por que isso incentiva as pessoas a usarem os jogos de que eu gosto", afirma Bruno Araújo, 25. Ele conta que não joga Counter Strike, por gostar de jogos "mais avançados", como Battlefield e Call of Duty.

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