17 janeiro, 2008

Vocalista do Interpol afirma que Nirvana o motivou


O "novo rock" que ganhou o mundo em 2001 tem desembarcado aos poucos no Brasil. Se Strokes, White Stripes e Yeah Yeah Yeahs já foram vistos por aqui ao vivo, uma importante lacuna referente àquela safra será preenchida com a chegada do Interpol.

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São Paulo (11 de março; Via Funchal), Rio de Janeiro (13/3; Fundição Progresso) e Belo Horizonte (15/3; Chevrolet Hall) são as cidades que receberão o quarteto nova-iorquino, dono de músicas cujo espírito e estética remetem ao Joy Division e ao pós-punk britânico dos anos 80. E dono também de alinhados terninhos pretos.
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Desde a estréia em disco, em 2001, até o terceiro e mais recente álbum, "Our Love to Admire" (2007), o Interpol é invariavelmente associado ao rock de duas décadas atrás, seja pela extensão milimétrica de suas guitarras, seja pela bateria que pontua secamente o ritmo das canções. E também pelo tom da voz de Paul Banks, parecidíssimo com o de Ian Curtis (1956-1980), do Joy Division.
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"Não tenho nenhum problema quando alguém diz que somos parecidos com esta ou com aquela banda. É a sua opinião, tudo bem. O que é errado é afirmar que somos influenciados por tal e tal banda. Ninguém sabe o que nos influenciou. Nossas influências são centenas e centenas de bandas, e não alguma em particular do pós-punk. Não queira me dizer por que eu faço o que faço", disse Paul Banks à Folha, por telefone.
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O que motivou Banks (além dele, o Interpol é formado por Daniel Kessler, guitarrista; Carlos D., baixista; e Sam Fogarino, baterista) a formar um grupo de rock não foi Joy Division nem The Cure nem Gang of Four. "Sempre adorei hip hop, nunca ouvi muito pós-punk. Eu comecei a fazer música por causa do Nirvana."
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Segundo Banks, os shows brasileiros terão como ponto de partida o álbum "Our Love to Admire", mas haverá espaço para faixas dos dois anteriores ("Turn on the Bright Lights", de 2002; e "Antics", de 2004).
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"Temos carinho pelas músicas antigas, muitas delas certamente estarão nos shows. Estou empolgado para tocar na América do Sul, pois nossos fãs conhecem as músicas apenas nas versões de estúdio."
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Algumas das melhores faixas do Interpol, como "Say Hello to the Angels", "PDA" e "Obstacle 1" pertencem à primeira fase da banda, entre 2001 e 2002, quando apareceram em meio ao "novo rock", termo usado para designar uma safra que rendeu Strokes e White Stripes (leia texto nesta página).
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"Naquela época, a imprensa queria nos colocar como bandas amigas, que saíam juntas, que faziam parte de um grupo. Não havia nada disso. Não conhecia pessoalmente os Strokes ou o Liars... Conhecia os caras do Walkmen e do Radio 4. Mas não conhecia Yeah Yeah Yeahs, não éramos conectados", lembra. "Mas é fato que ali havia algo legal acontecendo, muitas bandas boas aparecendo naquele momento."
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Sobre gerações mais novas, diz: "Não há nada especial em Nova York. Gosto de Of Montreal, Deerhunter, Liars. Bandas boas, mas não estão concentradas no mesmo lugar".

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